No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. A última semana do mês promete ser intensa e cheia de acontecimentos relevantes para a economia brasileira e internacional. Os olhares estão voltados para a interrupção nos cortes da taxa Selic, com o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgando a ata da reunião na terça-feira e lançando o Relatório Trimestral de Inflação na quinta-feira. Esses eventos serão cruciais para entender as possíveis movimentações futuras na política monetária do país. Mercados em Foco edição 24/06/2024.
A Ata da Reunião do Copom
Na terça-feira, a ata da reunião do Copom fornecerá uma visão detalhada das discussões e decisões tomadas na última reunião. A interrupção nos cortes da Selic já está gerando bastante debate. A inteligência artificial utilizada para analisar o tom do comunicado do Banco Central indicou um possível cenário de altas na Selic, apesar das projeções de inflação sugerirem que uma Selic a 10,5% ao ano poderia ser suficiente para atingir a meta de inflação em 2025.
Essa divergência entre as expectativas do mercado, que precificam a Selic em cerca de 12% até dezembro de 2025, e as estimativas do Banco Central, cria um ambiente de incertezas. Contudo, se a ata e o Relatório Trimestral de Inflação mostrarem uma projeção de inflação para 2026 abaixo da meta com a Selic parada em 10,5%, isso poderia sinalizar a possibilidade de retomada dos cortes de juros no próximo ano.
Relatório Trimestral de Inflação
Na quinta-feira, o Banco Central publicará o Relatório Trimestral de Inflação, permitindo uma análise mais aprofundada de suas expectativas. O relatório será essencial para avaliar as chances de novos cortes de juros em 2024, especialmente se as projeções de inflação indicarem um cenário favorável. É importante observar que as estimativas de inflação do Banco Central tendem a ser mais otimistas que as do mercado, o que pode influenciar as decisões futuras do Copom.
IPCA-15 e o Panorama da Inflação
Ainda nesta semana, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) será divulgada, com uma expectativa de alta de 0,41%. Esse valor é um pouco abaixo da variação de maio e do consenso dos analistas, ou seja, indica uma possível desaceleração da inflação. Se a estimativa se confirmar, o IPCA acumulado em 12 meses passará de 3,7% para 4,10%, reforçando a percepção de que o melhor momento do ano já ficou para trás.
Além disso, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também está sinalizando uma trajetória semelhante. Após estar em campo negativo até maio, o IGP-M deve atingir cerca de 2,5% em junho, mostrando um aumento na pressão inflacionária.
Mercado de Trabalho e Números Fiscais
No lado da atividade econômica, os dados do mercado de trabalho serão revelados. Há uma expectativa de criação líquida de aproximadamente 165 mil postos de trabalho formais. Mesmo com uma possível perda de ímpeto na criação de vagas, o desemprego deve permanecer baixo, em torno de 7,3%, podendo até cair um pouco mais após ajustes sazonais.
Os números fiscais de maio, por outro lado, devem apresentar um déficit significativo de cerca de 68 bilhões de reais. Contudo, esse déficit é influenciado por efeitos temporários, como o recolhimento adicional sobre fundos offshore, que gerou uma receita extra de 7 bilhões de reais, e a antecipação do 13º salário dos benefícios previdenciários, que adicionou 35 bilhões de reais às despesas. Também é importante considerar as ajudas iniciais à tragédia no Rio Grande do Sul, que somam 6 bilhões de reais.
Cenário Internacional: Inflação nos EUA
O destaque fica por conta do Índice de Preços ao Consumidor (PCI) nos Estados Unidos, que é um dos indicadores de inflação mais observados pelo Federal Reserve (FED). Desse modo, a expectativa é de que o PCI tenha uma alta mensal de apenas 0,1%, com uma redução anual de 2,8% para 2,6%. Esse movimento em direção à meta de 2% é uma boa notícia para quem espera cortes de juros por parte do FED ainda este ano.
Considerações
Portanto, a semana promete ser movimentada e cheia de eventos que podem impactar significativamente o cenário econômico brasileiro e global. A divulgação da ata do Copom e do Relatório Trimestral de Inflação serão cruciais para entender as futuras decisões de política monetária no Brasil. Ao mesmo tempo, os dados de inflação nos Estados Unidos podem influenciar as expectativas de juros globais.
Acompanhar esses eventos de perto será essencial para investidores, analistas e todos aqueles interessados no rumo da economia. A análise cuidadosa dos números e das intenções do Banco Central será fundamental, ou seja, antecipar os próximos passos na política monetária e suas implicações para o mercado financeiro e a economia real.
Encerramos o Mercados em Foco edição 24/06/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.