Mercados em Foco Edição 22/05/2024

No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. Os destaques de hoje ficam com a divulgação da ata pelo Fed e resultado da NVIDIA, nos Estados Unidos e cenário econômico brasileiro. Mercados em Foco Edição 22/05/2024.

Fed Reitera Cautela nos Cortes de Juros

A fala dos diretores do Fed por esses dias acabou ecoando e agitando os mercados. E talvez esse seja justamente o viés da ata, uma ata meio sem graça. O presidente do Fed de Atlanta, Rafael Bostic, que tem direito a voto este ano, reiterou que não espera um corte antes do quarto trimestre. Christopher Waller veio no mesmo sentido, dizendo que precisa haver vários meses de bons números de inflação para começar a reduzir juros, a não ser que o mercado de trabalho dê um susto no meio do caminho. Mas também disse que os números recentes sugerem uma melhora na dinâmica de inflação, depois daquelas surpresas altistas que vimos no primeiro trimestre. E isso tudo ajudou a renda fixa a acumular ganhos, marginais, mas enfim, pelo mundo.

Perspectivas de Cortes de Juros nos EUA

O mercado hoje, lá nos Estados Unidos, precifica um corte completo de 0,25 ponto percentual e cerca de 60% de chance de um segundo corte ainda no ano de 2024. Daqui até dezembro, relembrando, tem mais cinco reuniões. Pela fala de Waller dizendo que ele precisa ver vários meses de inflação melhor, dá pra gente descartar qualquer mudança de juros pelo Fed nas reuniões de junho e julho, sobrando então as de setembro, novembro e dezembro na mesa.

Análise da Ata do Fed e Implicações para o Futuro

A curva hoje coloca mais de 50% de chance de se começar o ciclo de cortes na reunião de setembro, o mercado volta a apostar em um corte de 50% em dezembro também. Sobre a ata, vale lembrar o que Powell disse no dia 1º de maio depois da decisão. Ele teve várias oportunidades pra colocar aumentos de taxas de juros na mesa, mas ele não quis.

Então, eles podem até entender que a confiança na desinflação caiu, mas vão ter que apontar alguma esperança para ter preferido acalmar essa discussão de alta de juros. Talvez boa parte dos diretores do Fed ainda vejam essa inflação alta que vimos no começo do ano como um percalço passageiro no caminho da meta. Provavelmente esta discussão não deve se mencionada na ata, mas vale citar uma pesquisa do Fed de Nova York, que apontou que as cadeias globais de supply chain estão mostrando uma falta de progresso naquelas reduções das restrições. Ou seja, está emperrado o supply chain de novo. As cadeias de suprimento foram cruciais para a desinflação de bens globalmente, observada em 2022 e 2023, quando as condições melhoraram após impactos da COVID. Os gerentes de compra da indústria têm, de fato, reportado um aumento nos custos.

Desafios para os Bancos Centrais

Pensando em banco central, com a inflação de serviços que está persistente e está alta no mundo todo, os bancos centrais precisam que os preços de bens sigam baixos. Então, se a emperrada no supply chain que pode atrapalhar essa desinflação de bens, não interessa pra ninguém. Então, nos PMI’s, que é justamente essa pesquisa global com os times de compras, começa hoje mais uma rodada de atualização referente a maio agora.

Atualizações de Austrália e Japão hoje, seguidos de Inglaterra, Europa e Estados Unidos na quinta. A maioria das leituras desses PMI’s mostra uma fraqueza na indústria, que é mais do que compensada pela força relativa que vimos no setor de serviços. Em todos os casos que estamos observando, os PMI’s compostos, quando você coloca indústria e serviços, no meio da discussão, sinaliza um momento positivo para o crescimento.

Cenário Econômico Brasileiro

Passando a falar do Brasil, temos também poucas novidades. Os dados de abril da arrecadação mostraram um desempenho positivo, com receitas impulsionadas principalmente pela retomada da tributação dos combustíveis. O mercado de trabalho aquecido continua ajudando o governo a arrecadar mais.

Esses números devem garantir, então, um superávit no mês passado das contas do governo federal. Maio, também, a arrecadação tem tudo pra ser boa de novo, impulsionada pelos pagamentos únicos de impostos sobre lucros de investimentos offshore.

O desafio fiscal brasileiro não está na ponta da receita, mas muito pelo contrário, são as despesas que têm crescido, aliás, acima do que o teto permite, dificultando a confiança nas contas públicas a longo prazo.

Considerações

Em resumo, o dia de hoje promete ser movimentado para os mercados, com a divulgação da ata do Fed e os resultados da NVIDIA. Enquanto o Fed parece manter uma postura cautelosa em relação aos cortes de juros, os desafios globais, como a persistente inflação de serviços e as dificuldades nas cadeias de suprimentos, continuam a influenciar as expectativas econômicas. No Brasil, apesar de um cenário fiscal desafiador, a arrecadação vem mostrando sinais positivos. Os próximos meses serão cruciais para entender como esses fatores se desenrolarão e impactarão o mercado global e local. Fiquemos atentos às próximas atualizações e suas implicações econômicas.

Encerramos o Mercados em Foco edição 22/05/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.

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