No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. Na sexta-feira passada, comentamos com vocês que a agenda econômica desta semana está relativamente fraca. Sendo assim, esse cenário pode ajudar a reduzir a volatilidade dos mercados devido à falta de novidades, mantendo o viés positivo que temos visto em maio. Em contraste, abril foi um mês mais complicado para os ativos financeiros. Por exemplo, até agora, as bolsas americanas subiram entre 5% e 6%.
As bolsas emergentes, em média, subiram 7%, enquanto o nosso Ibovespa avançou menos de 2%. Nossa participação na melhora da renda variável tem sido limitada, especialmente devido às suspeitas de que o balanço da Petrobras possa ser utilizado para atender às necessidades do governo, prejudicando os demais acionistas. Mercados em Foco Edição 20/05/2024.
Desempenho das Commodities e das Moedas
A cesta de commodities avançou 4% globalmente, apesar do Brent ter caído 4,5%, o que não favorece a Petrobras. Em relação às moedas, o dólar enfraqueceu entre 1,5% e 2% contra o real, mas apenas entre 1,5% e 1% contra outras moedas emergentes. Portanto, no âmbito das moedas, estamos em uma posição relativamente melhor.
Renda Fixa em Destaque
A renda fixa, que foi um desafio no mês passado, tem mostrado sinais de alívio globalmente. Mesmo com os temores sobre um Banco Central menos atento à meta de inflação, uma carteira típica de títulos pré-fixados no Brasil rendeu pouco menos de 150% do CDI, apresentando um bom retorno. A redução dos juros reais também beneficiou carteiras de títulos indexados à inflação (IPCA+), que renderam cerca de 300% do CDI.
Influências Externas e Perspectivas Futuras
A melhora na renda fixa tem uma origem interessante externa que vale a pena explorar. Embora os números de inflação americana da semana passada não tenham sido positivos por si só, foram suficientes para afastar, por enquanto, a discussão sobre aumento de juros pelo FED. Mais interessante tem sido a recente queda nas surpresas positivas dos dados de atividade nos EUA, o que sugere que o crescimento do PIB está desacelerando em relação às expectativas.
O modelo de PIB em tempo real dos EUA ainda projeta um robusto crescimento anualizado de 3,6%, embora esse número tenha sido maior anteriormente. Isso pode reduzir a pressão sobre o FED para aumentar os juros, oferecendo uma proteção para posições de risco em outros ativos, como ações.
Contexto Nacional e Políticas Econômicas
No Brasil, a falta de novos dados coloca Brasília em foco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o presidente Lula deve anunciar duas medidas para apoiar o Rio Grande do Sul, incluindo um socorro às grandes empresas e indústrias. A medida de crédito, elaborada pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron, não deve impactar as metas de resultado primário. Até agora, o impacto das medidas de apoio ao estado está na ordem de R$ 13,6 bilhões, com potencial de aumento nos próximos dias.
Desoneração da Folha e Implicações Fiscais
O Senado votará nesta terça-feira a desoneração da folha de pagamento, com a reoneração gradual das empresas a partir de 2025. Contudo, o governo ainda não definiu as medidas de compensação para as perdas de arrecadação, já que a medida entrará em vigor apenas no próximo ano.
O governo inicialmente introduziu a desoneração da folha de pagamento como uma medida para aliviar a carga tributária sobre as empresas e incentivar a criação de empregos. No entanto, a perda de arrecadação gerada por essa política tem sido uma preocupação constante para o governo. A reoneração gradual visa equilibrar essas duas necessidades: proporcionar alívio tributário às empresas enquanto se busca uma forma sustentável de compensar a perda de receita para o governo.
Considerações
Esperamos que a semana traga alguns desenvolvimentos interessantes, mas é provável um cenário de menor volatilidade devido à falta de grandes novidades. Devemos observar a melhora na renda fixa e a desaceleração do crescimento americano, enquanto no Brasil, focaremos nas políticas econômicas e suas implicações fiscais. Vamos acompanhar de perto esses desdobramentos e ver como eles influenciam o mercado.
Encerramos o Mercados em Foco edição 20/05/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.