No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. Em meio aos desafios econômicos globais, o varejo dos Estados Unidos se destaca como um ponto de resiliência. Mesmo enfrentando fortes quedas nas vendas de veículos e combustíveis, o setor conseguiu se manter estável em junho. Este resultado é particularmente notável quando analisamos os núcleos e a revisão positiva dos números de maio, que revelam um desempenho robusto. A estabilidade do varejo americano tem sido crucial para afastar os temores de uma desaceleração econômica mais acentuada. Mercados em Foco edição 17/07/2024.
Resiliência do Varejo nos EUA
A economia americana, frequentemente vista como um motor global, tem demonstrado uma resiliência surpreendente. Em junho, apesar das quedas nas vendas de veículos e combustíveis, o varejo conseguiu manter sua estabilidade. Quando analisamos os núcleos, que excluem itens voláteis como alimentos e energia, e a revisão para cima dos números de maio, vemos que o desempenho foi bastante positivo. Esses resultados foram fundamentais para aliviar as preocupações sobre uma possível desaceleração mais acentuada da economia americana.
Impacto na Política Monetária
Curiosamente, apesar do desempenho robusto do varejo, a política monetária teve uma repercussão limitada. As apostas em cortes de juros continuaram a prevalecer. O país vizinho, que segue um ciclo econômico similar ao dos EUA, registrou seu sexto mês consecutivo com a inflação acumulada dentro da meta do Banco Central. Esse contexto ajudou a moderar as expectativas de políticas monetárias mais rígidas.
Repercussões nos Mercados Financeiros
Nos mercados financeiros, o impacto foi significativo. Os futuros recuaram quase 10 pontos no miolo da curva, o dólar enfraqueceu e as bolsas de Nova York atingiram novos recordes de fechamento, impulsionadas pelos resultados melhores do que o esperado dos grandes bancos. Essa combinação de fatores reforça a percepção de que, apesar das adversidades, a economia americana mantém uma base sólida.
Cenário Fiscal no Brasil
No Brasil, o foco permanece nas questões fiscais. Apesar de uma agenda aparentemente esvaziada, a volatilidade continua alta. Recentemente, trechos de uma entrevista do presidente Lula vazaram, nos quais ele afirmou que precisa ser convencido sobre a necessidade de cortar entre 15 e 20 bilhões do orçamento. Lula destacou que não considera todos os itens como gastos e que o cumprimento da meta de déficit zero não é sua prioridade máxima.
O mercado reagiu negativamente a essas declarações, mas a situação se acalmou quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou o compromisso do governo com o arcabouço fiscal. Haddad anunciou que o governo está pronto para divulgar em breve o detalhamento do corte de R$ 25 bilhões, possivelmente incluindo bloqueios e contingenciamentos. Ele expressou otimismo de que, se tudo ocorrer conforme planejado, o orçamento de 2025 será mais favorável.
Perspectivas para o Mercado Brasileiro
A incerteza fiscal no Brasil impacta diretamente os ativos do país. No entanto, houve alguns sinais positivos, como a valorização da moeda local e a queda dos DEIs (títulos da dívida externa brasileira). Por outro lado, os dados econômicos fracos da China pressionaram as ações de commodities, afetando negativamente o Ibovespa, que não conseguiu sustentar sua sequência de altas.
Cenário Internacional: Inflação e Setor Imobiliário
No cenário internacional, aguardam-se dados importantes. Na zona do euro, a expectativa é de que a inflação de junho seja semelhante à de maio, com atenção voltada para possíveis mudanças na composição. Nos Estados Unidos, serão divulgados os dados da indústria e do setor imobiliário, com expectativas modestas.
O setor de habitação nos EUA tem gerado preocupações, com o sentimento dos construtores caindo pelo terceiro mês consecutivo. A combinação de demanda enfraquecida, ou seja, queda nos investimentos, aumento na oferta e preços altos em um país com falta crônica de moradias desenha um panorama desafiador. Além disso, o FED divulgará o Livro Bege, que fornece uma visão da situação econômica dos 12 distritos do banco central americano, oferecendo uma análise mais detalhada da economia.
Considerações
Em resumo, a resiliência do varejo americano em junho, apesar das quedas nas vendas de veículos e combustíveis, destaca-se como um indicador crucial de estabilidade econômica. No Brasil, a incerteza fiscal continua a gerar volatilidade, mas há sinais de compromisso com o ajuste fiscal. Além disso, globalmente, a atenção se volta para os dados de inflação na zona do euro e para o setor imobiliário nos EUA, que enfrenta desafios significativos. A economia mundial segue em um delicado equilíbrio, com cada indicador econômico sendo crucial para delinear o caminho futuro.
Encerramos o Mercados em Foco edição 17/07/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.