No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. A semana começou com uma atenção redobrada para o cenário político e econômico global. As chances de Donald Trump vencer as próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos aumentaram, trazendo uma série de implicações para os mercados e a economia mundial. A escolha de Vance como vice-presidente foi bem recebida, especialmente entre a classe trabalhadora. Além disso, a política econômica dos EUA e o crescimento abaixo do esperado na China adicionaram complexidade ao panorama econômico global. Mercados em Foco edição 16/07/2024.
O Cenário Político nos EUA
A possibilidade de Donald Trump vencer as eleições presidenciais trouxe uma onda de expectativas e análises. A escolha de Vance, senador pelo estado de Ohio, como vice-presidente, foi uma jogada estratégica que visa conquistar a classe trabalhadora. Vance é visto como uma nova voz, capaz de agregar valor à campanha de Trump.
Para os mercados, a expectativa é que um eventual governo Trump adote uma postura mais expansionista fiscalmente e protecionista no comércio externo. Isso significa que poderíamos ver políticas que incentivem o gasto público e medidas que protejam indústrias nacionais contra a concorrência estrangeira. Essas perspectivas já começaram a influenciar o comportamento dos mercados financeiros.
Impactos no Mercado Financeiro
No âmbito econômico, uma conversa descontraída no Clube Econômico de Washington com o presidente do Fed, Jeremy Powell, revelou uma confiança no progresso recente da inflação. No entanto, Powell se absteve de dar sinais claros sobre futuros cortes de juros. Este comportamento gerou uma reação nos mercados: as curvas de juros longas inclinaram, enquanto as bolsas e o dólar se valorizaram.
Essa valorização teve impactos negativos para os mercados emergentes, especialmente o México, devido ao protecionismo americano e para os países produtores de commodities, que enfrentaram pressão adicional. A situação econômica global, portanto, está bastante sensível a mudanças nas políticas dos Estados Unidos.
O Desafio Chinês
A economia chinesa também tem enfrentado desafios significativos. O crescimento do PIB no segundo trimestre ficou abaixo do esperado, aumentando a pressão sobre o governo chinês para tomar medidas corretivas. O Banco Central da China está em um dilema: lidar com uma inflação muito baixa e um enfraquecimento da atividade econômica ou correr o risco de instabilidade do Yuan ao reduzir os juros antes do Fed.
Atualmente, a China tem optado por confiar mais no afrouxamento do crédito do que em medidas monetárias. No entanto, essa política não tem surtido os efeitos desejados até agora. Os setores imobiliário e de consumo mostram dificuldades e, para alcançar a meta de 5% de crescimento, a China precisará aumentar os gastos. Esses desafios serão um ponto focal na política do terceiro plenário do Comitê Central do Partido Comunista Chinês.
A agenda chinesa pode destacar investimentos em tecnologias avançadas e na segurança da cadeia de suprimentos. Essas áreas são cruciais para o desenvolvimento econômico do país e para enfrentar os desafios globais.
O Cenário Brasileiro
No Brasil, a semana começou de forma tranquila. O índice de atividade econômica do Banco Central de maio veio em linha com as expectativas, reforçando a projeção de um crescimento de 0,3% do PIB no segundo trimestre. Na agenda política, a votação do projeto das dívidas dos estados foi postergada para agosto, enquanto a Fazenda prepara novas medidas para aumentar a arrecadação.
Entre as medidas está a cobrança de incentivos fiscais utilizados indevidamente por empresas, com um potencial de arrecadação de R$ 10 bilhões. Em relação aos cortes de gastos, o governo quer revisar o seguro-desemprego e o abono salarial, uma vez que a despesa com esses benefícios quase triplicou em 14 anos. O foco principal continua sendo o próximo relatório bimestral do Tesouro, que será divulgado no dia 22.
Considerações
Em resumo, a semana foi marcada por expectativas políticas nos Estados Unidos, desafios econômicos na China e uma relativa tranquilidade no Brasil. A perspectiva de um governo Trump expansionista e protecionista está moldando as reações dos mercados, enquanto a China lida com um crescimento econômico abaixo do esperado e a necessidade de políticas mais eficazes. No Brasil, as expectativas de crescimento continuam modestas, com foco em medidas fiscais e cortes de gastos.
Os mercados globais seguem atentos a esses desenvolvimentos, com impactos diretos nas taxas de juros, valorização de moedas e desempenho das bolsas de valores. Acompanhar essas tendências será crucial para entender os próximos movimentos econômicos e políticos globais.
Encerramos o Mercados em Foco edição 16/07/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.