No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. A semana passada foi agitada e cheia de acontecimentos significativos que afetaram tanto o cenário econômico nacional quanto o internacional. Além de repercutir os acontecimentos destes últimos dias, falaremos sobre o paranorama político internacional, mercado americano e atividade ecoômica no Brasil. Mercados em Foco edição 10/06/2024.
Preocupações com os Ativos Brasileiros
Na tarde de sexta-feira (07/06/2024) , o mercado financeiro brasileiro foi tomado por um clima de tensão. Um suposto mal-entendido sobre as falas do ministro Fernando Haddad, em um evento fechado com representantes do mercado, causou um aumento considerável na taxa de câmbio e nos juros futuros. O dólar atingiu R$5,32 e alguns vencimentos dos juros futuros subiram 50 pontos no pior momento do dia.
Haddad rapidamente veio a público para tentar esclarecer a confusão. Segundo o jornal Valor Econômico, a maioria das fontes presentes na reunião afirmou que não houve qualquer comentário que justificasse tamanha reação do mercado. Contudo, mesmo após o desmentido, o aumento do risco doméstico permaneceu nos preços dos ativos.
Preocupações com o Novo Arcabouço Fiscal
Há uma preocupação latente sobre a sobrevivência do novo arcabouço fiscal devido a diversos fatores. Primeiramente, a regra de reajuste do salário mínimo, que afeta 40% do orçamento, já garante uma alta real dessas rubricas acima do teto da regra de inflação mais 2,5% ao ano. Para 2025, espera-se um aumento real de cerca de 3%.
Além disso, o piso das despesas com saúde e educação foi reindexado à receita, o que já está aumentando significativamente. Dependendo do crescimento da receita, essas despesas podem acabar absorvendo grande parte do orçamento, junto com o aumento do salário mínimo, reduzindo assim o espaço para manobras no ajuste fiscal.
Outro ponto de preocupação é a reação da economia real à estratégia do governo de ajustar as contas aumentando impostos, como a resposta do empresariado ao AMP do PIS/Cofins. O mercado questiona a viabilidade da arrumação fiscal atual e a possibilidade de estabelecer regras fiscais que não sejam alteradas anualmente.
Panorama Político Internacional: Eleições para o Parlamento Europeu
No cenário político internacional, as eleições para o Parlamento Europeu trouxeram ganhos significativos para a direita e a extrema direita em países como Alemanha e França. Projeções iniciais indicam que esses grupos podem ter conquistado cerca de 25% dos assentos, em comparação com os 20% de 2019. Em resposta a esses resultados, o presidente francês Emmanuel Macron convocou eleições antecipadas, e o primeiro-ministro belga pediu demissão após a derrota de seu partido.
Expectativas para o FED e Dados do IBGE
Na agenda internacional, a maior expectativa está na reunião do Federal Reserve (FED) e, no cenário nacional, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio e nos dados de atividade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a abril.
Espera-se que o FED mantenha a taxa de juros entre 5,25% e 5,5% ao ano. No entanto, o foco estará nas declarações do presidente do FED, Jerome Powell, e nas novas projeções econômicas dos membros do comitê para 2024 a 2026, incluindo as projeções de taxa básica de juros. Novas projeções provavelmente indicam taxas mais altas que as de março, refletindo a visão de menos espaço para flexibilização da política monetária este ano.
Especificamente, espera-se que a mediana dos diretores indique apenas um corte de 0,25% este ano, comparado aos 0,75% previstos em março. A visão de longo prazo para os juros pode subir para 2,7%, sugerindo um mundo com taxas mais altas do que nos últimos 15 anos
Dados da Inflação e Atividade Econômica no Brasil
A decisão do FED coincidirá com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA referente a maio, que deve mostrar uma melhora marginal em relação a abril. Para a inflação brasileira, a projeção é de uma alta mensal de 0,39% no IPCA, um pouco abaixo do consenso do mercado. A abertura desse número continua saudável, com a mediana dos núcleos rodando abaixo de 3% na média dos últimos meses, quando anualizada.
Quanto à atividade econômica no Brasil, após a decepção com os dados da indústria na semana passada, espera-se que o varejo ampliado e o setor de serviços fiquem próximos a zero, com subsetores do varejo, como supermercados, apresentando um desempenho melhor na margem.
Considerações
Portanto, a semana foi repleta de eventos com potencial impacto significativo no cenário econômico e político, tanto nacional quanto internacional. Além disso, as reações do mercado às falas do ministro Haddad, a preocupação com a viabilidade do novo arcabouço fiscal, os resultados das eleições para o Parlamento Europeu, e as expectativas em torno da reunião do FED e dos dados do IBGE são pontos críticos que merecem atenção.
Desse modo, à medida que avançamos, é crucial acompanhar de perto esses desenvolvimentos e suas implicações para o futuro econômico e político. Preparem-se, pois teremos muitos desafios e incertezas pela frente.
Encerramos o Mercados em Foco edição 10/06/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.