Mercados em Foco edição 09/07/2024

No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. A Petrobras anunciou recentemente um reajuste nos preços dos combustíveis, que entrou em vigor a partir de hoje. O preço da gasolina foi aumentado em 20 centavos por litro para as distribuidoras, enquanto o botijão de gás teve um acréscimo de R$ 3,10. Este ajuste reflete uma tentativa de alinhar os preços nacionais com os valores praticados no mercado internacional, além de ser o primeiro reajuste sob a gestão de Magda Chambriard, a nova presidente da Petrobras. Neste artigo, exploraremos as implicações desta medida para a economia brasileira, seu impacto na inflação e a reação dos mercados financeiros. Mercados em Foco edição 09/07/2024.

Alinhamento dos Preços e Desafios Pendentes

A decisão da Petrobras de reajustar os preços dos combustíveis era esperada, dado que os valores estavam significativamente defasados em relação ao mercado internacional. O aumento de 20 centavos por litro de gasolina realinha os preços ao limite inferior das faixas de preço internacionais. No entanto, mesmo com este reajuste, os preços ainda estão cerca de 6% abaixo dos valores praticados globalmente, o que indica uma defasagem ainda existente.

Impacto na Inflação

O aumento dos preços dos combustíveis tem um efeito direto na inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com nossas estimativas, o reajuste na gasolina e no botijão de gás contribuirá com um aumento de 0,20 pontos percentuais no IPCA, distribuídos entre os meses de julho e agosto. Este cálculo também leva em consideração um aumento previsto no preço do etanol, que geralmente acompanha o reajuste da gasolina. Com isso, nossa projeção para a inflação anual passa de 4,1% para 4,3%.

Reação dos Mercados Financeiros

A notícia do reajuste foi recebida de forma positiva pelos mercados financeiros. O índice Bovespa registrou a sexta alta consecutiva, impulsionado pelas ações da Petrobras, mesmo diante de uma queda nos preços das commodities. Esta resposta positiva dos investidores reflete uma percepção de que o alinhamento dos preços dos combustíveis reduz o risco político e econômico associado à empresa e ao país.

Nos Estados Unidos, predominou a cautela devido a uma série de eventos econômicos importantes previstos para esta semana. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, discursará no Congresso hoje e amanhã. Na quinta-feira, divulgarão os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), e na sexta-feira, os dados do Índice de Preços ao Produtor (PPI), além do início da temporada de balanços das empresas.

Contexto Internacional

A conjuntura econômica global também influencia a percepção dos investidores. Nos Estados Unidos, a economia apresenta sinais de desaceleração, o que, combinado com uma inflação em queda, cria um ambiente favorável para o risco. As bolsas americanas, representadas pelo S&P 500 e pelo Nasdaq, registraram leves altas, renovando recordes de fechamento, enquanto os títulos do Tesouro dos EUA tiveram mais uma sessão de viés de baixa.

Cenário Político

No âmbito político, que ganha cada vez mais relevância, observamos desenvolvimentos importantes. O presidente Joe Biden reafirmou seu compromisso em disputar a reeleição em uma carta aos democratas. Enquanto isso, Donald Trump deve anunciar seu candidato a vice-presidente ainda nesta semana. Na Europa, as bolsas de valores mostraram um comportamento misto após as eleições na França, mas acabaram fechando em baixa.

Perspectivas Futuras

Hoje, o foco dos investidores estará no testemunho de Jerome Powell no Senado. Espera-se que o presidente do Fed adote um tom mais cauteloso em relação aos juros, dada a atual conjuntura econômica dos Estados Unidos. Além disso, serão divulgados os dados de inflação de junho na China. As expectativas são de que a deflação dos preços ao produtor continue em um ritmo mais lento, enquanto a inflação ao consumidor pode avançar devido ao aumento nos preços da carne suína, apesar da queda nos preços agrícolas.

Considerações

O reajuste nos preços dos combustíveis pela Petrobras representa uma medida necessária para alinhar os preços domésticos com os valores internacionais, apesar de ainda haver uma defasagem significativa. O impacto na inflação será perceptível, mas controlado, e a reação positiva dos mercados financeiros indica uma redução na percepção de risco. O cenário econômico global e as movimentações políticas continuarão a influenciar o panorama econômico do Brasil e o desempenho da Petrobras no mercado. Manter-se atento a esses desenvolvimentos será crucial para entender as futuras dinâmicas do setor energético e da economia como um todo.

Encerramos o Mercados em Foco edição 09/07/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.

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