No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. A semana iniciou de forma tranquila, mas foi marcada por importantes declarações de figuras influentes no cenário econômico brasileiro. As falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e dos diretores Gabriel Galípolo e Afonso Guillen trouxeram questões cruciais para o futuro da economia nacional. Este post explora esses principais pontos, os impactos no mercado e o contexto geopolítico e econômico global que molda as expectativas. Mercados em Foco edição 13/08/2024.
O Protagonista do Momento
Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do Banco Central, desponta como figura central nas discussões econômicas. Sua provável indicação para presidente do Banco Central é dada como certa. Segundo o senador Vanderlan Cardoso, a sabatina e votação devem ocorrer em breve, com o único conflito sendo o momento ideal para o anúncio: agora, em agosto, ou após a próxima reunião do Copom, em setembro.
Em suas declarações recentes, Galípolo expressou satisfação com a interpretação do mercado sobre sua atuação pública. Ele reafirmou seu posicionamento em relação ao balanço de risco para a inflação. Segundo ele, o balanço de risco atual é assimétrico, com maior probabilidade de alta na inflação. Galípolo deixou claro que, se necessário, o Copom considerará um novo aumento na taxa de juros. No entanto, essa decisão dependerá dos dados econômicos.
Compromisso com a Meta de Inflação
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também trouxe pontos importantes em suas falas recentes. Ele reiterou que o BC está comprometido em trazer a inflação de volta à meta. Esse compromisso é compartilhado entre os membros do comitê atual e será mantido sob qualquer liderança futura.
Campos Neto destacou a desancoragem das expectativas de inflação, principalmente no horizonte mais longo. Ele também expressou preocupação com a desaceleração econômica da China. Entretanto, Campos Neto mostrou-se mais tranquilo em relação aos temores de recessão nos Estados Unidos. Ele reconheceu que o governo brasileiro tem feito um esforço significativo no campo fiscal. Esse esforço tem ajudado a manter a economia em um caminho relativamente estável.
Lula e o Foco nas Pautas Econômicas
Paralelamente às discussões no Banco Central, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reforçado a necessidade de concentrar esforços nas pautas econômicas no Congresso Nacional. A aprovação das reformas necessárias é crucial para o equilíbrio fiscal do país. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o foco da semana é a votação do segundo projeto de regulamentação da reforma tributária.
Aceleração da Tramitação
A Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para esse projeto, permitindo sua votação diretamente no plenário. Com isso, a tramitação será acelerada, garantindo que as mudanças necessárias sejam implementadas rapidamente. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o Congresso tem dado sustentação para a aprovação de quase todas as medidas necessárias para o ajuste fiscal. Resta apenas a questão da reuneração da Folha de Pagamento.
Haddad se mostrou confiante em relação ao impacto dessas reformas, defendendo que elas não comprometem o crescimento econômico. Pelo contrário, as reformas podem aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do país. Haddad prevê que a economia brasileira pode superar a marca de 2,5% de crescimento do PIB ainda este ano.
Reações do Mercado: Alta nos DI’s e Valorização do Real e do Ibovespa
Os mercados reagiram de forma mista às notícias e declarações da semana. Os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI’s) registraram alta, refletindo as expectativas de possíveis ajustes na política monetária. No entanto, o Real e o Ibovespa continuaram a trajetória de valorização, com ambos engatando a quinta sessão consecutiva de ganhos.
A moeda brasileira se beneficiou da desvalorização do iene japonês, fechando abaixo de R$5,50 contra o dólar. A Petrobras impulsionou o Ibovespa, ao acompanhar a forte alta do petróleo, levando o índice a encerrar o dia acima dos 131 mil pontos. Tensões geopolíticas, especialmente a ameaça de um ataque do Irã a Israel, alimentaram a valorização do petróleo. Segundo a Fox News, fontes do Oriente Médio indicam a possibilidade de um conflito iminente. A Casa Branca está se preparando para uma série de grandes ataques nesta semana.
O Contexto Geopolítico e Econômico Global
O cenário global tem sido moldado por uma combinação de fatores geopolíticos e econômicos, que incluem as tensões no Oriente Médio e a desaceleração da economia chinesa. No entanto, a cautela prevalece nos mercados internacionais, principalmente nos Estados Unidos, onde as bolsas fecharam de forma mista, e os rendimentos dos Treasuries recuaram.
A principal preocupação no mercado americano é a divulgação iminente do índice de preços ao produtor, o primeiro dado inflacionário desde o recente choque de volatilidade. A expectativa é de uma alta de 0,2%, mas qualquer surpresa pode ter um impacto significativo nas expectativas de inflação e na política monetária do Federal Reserve.
Expectativas para os Próximos Dias
No Brasil, as atenções estão voltadas para a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de junho, que deve apresentar uma alta de 0,8%, impulsionada pela normalização dos transportes. Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados da agropecuária, com a atualização do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e o abate de animais.
Embora os números da agropecuária devam ser saudáveis, a tendência é de que o setor tenha um impacto negativo no PIB do segundo trimestre devido à sazonalidade predominante no início do ano. No entanto, o processo de recuperação das enchentes no Rio Grande do Sul tem sido mais rápido do que o esperado, o que pode mitigar parte desse efeito.
Considerações
A semana começou tranquila, mas as declarações das principais figuras do cenário econômico brasileiro e os eventos globais trouxeram à tona questões importantes para o futuro da economia. O cenário interno parece promissor, com o governo comprometido em avançar nas reformas necessárias para o equilíbrio fiscal e o Banco Central atento aos riscos inflacionários.
No entanto, o contexto global ainda impõe desafios, com tensões geopolíticas e incertezas sobre o crescimento econômico mundial. O mercado continuará a monitorar de perto os dados econômicos e as decisões políticas, tanto no Brasil quanto no exterior, à medida que a semana avança.
Encerramos o Mercados em Foco edição 13/08/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.