No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. Ontem, Joe Biden anunciou sua desistência na corrida eleitoral, uma decisão que certamente terá grandes implicações na política dos Estados Unidos. A possível substituição de Biden por sua vice, Kamala Harris, como representante democrata abre novas dinâmicas no cenário eleitoral. Neste post, exploraremos as razões e as repercussões dessa decisão, tanto no contexto político quanto econômico, além de observarmos as movimentações recentes nos mercados e suas possíveis influências globais. Mercados em Foco edição 22/07/2024.
Biden e a Decisão de Desistir
A decisão de Biden em não buscar a reeleição levanta questões sobre sua capacidade de continuar liderando o país. Se ele não se sente apto para uma nova campanha eleitoral, isso pode indicar preocupações sobre sua saúde e aptidão para cumprir seu mandato atual. A saúde e a vitalidade de um presidente são sempre questões cruciais, especialmente quando se trata da maior economia do mundo.
Kamala Harris: Uma Nova Liderança para os Democratas
A substituição de Biden por Kamala Harris traz uma nova perspectiva para a liderança democrata. Harris, como vice-presidente, tem sido uma figura importante em várias políticas do governo Biden, e sua candidatura poderá trazer um novo vigor ao partido. Será interessante observar como sua campanha se desenvolverá e como ela abordará questões cruciais para os eleitores.
O Retorno de Donald Trump
A possível vitória de Donald Trump nas próximas eleições está sendo vista com grande expectativa. Trump, conhecido por suas políticas econômicas expansionistas e protecionistas, pode trazer grandes mudanças se retornar ao poder. Sua abordagem fiscalmente expansiva tende a aumentar os gastos do governo, elevando o déficit das contas públicas, o que geralmente leva a juros mais altos e um dólar mais forte. Além disso, seu protecionismo no comércio externo pode afetar relações comerciais globais, especialmente com a China.
Impactos Econômicos: Mercados e Indicadores de Atividade
Na semana passada, os mercados americanos foram marcados por dois movimentos principais: a expectativa de vitória de Trump e indicadores de atividade mais fortes do que o esperado. Os dados do varejo, indústria e construção de residências surpreenderam positivamente em junho, afastando o receio de uma desaceleração econômica mais forte. O consumo, principal motor da economia americana, mostrou-se resiliente, o que é fundamental para a saúde econômica do país.
No entanto, esses resultados não impactaram a política monetária de forma significativa. Muitos diretores do Federal Reserve (Fed) continuam confiantes em uma inflação benigna e no esfriamento do mercado de trabalho, abrindo caminho para possíveis cortes nas taxas de juros em setembro. Isso fez com que os títulos do Tesouro (Treasuries) caíssem nos prazos mais curtos, mas subissem nos prazos mais longos, fortalecendo o dólar e levando a uma correção nas bolsas, especialmente nas ações de tecnologia.
Setor de Tecnologia e Comércio Internacional
O setor de tecnologia enfrentou dificuldades com as notícias de que o governo americano pode restringir empresas que fornecem chips de alta tecnologia para a China. Essa possibilidade causou uma queda nas ações do setor, mas é um reflexo da política protecionista de Trump, que busca reduzir a dependência dos EUA em relação à China e proteger as indústrias nacionais.
Cenário Econômico na Europa
Na Europa, a inflação e as decisões sobre juros não trouxeram grandes novidades. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) continua em trajetória de queda, mas os núcleos subjacentes ainda apresentam níveis desconfortáveis. O Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas inalteradas e não se comprometeu com futuras decisões, indicando que tudo dependerá dos dados econômicos futuros. No entanto, espera-se um corte de 25% na próxima reunião, dependendo das condições econômicas.
Situação Econômica no Brasil
No Brasil, o principal evento recente foi a antecipação pelo Ministério da Fazenda do anúncio de um contingenciamento de 15 bilhões de reais e o bloqueio de despesas. Embora essa medida tenha sido vista como favorável, seu impacto nas expectativas dos investidores foi limitado. Há uma preocupação de que o governo esteja tomando medidas corretas, mas de forma tardia, reduzindo seu efeito potencial.
Nos mercados, a percepção de risco em relação ao Brasil piorou, com os Differentials de Swap (DEIs) subindo, o real e a bolsa desvalorizando junto com as commodities, criando uma combinação difícil para os investidores.
Perspectivas Globais e Agenda Econômica
A percepção de risco global aumentou, refletida no índice de volatilidade VIX. Para a próxima semana, a agenda econômica promete ser movimentada. No Brasil, será divulgado o relatório bimestral de receitas e despesas, detalhando os 15 bilhões de reais de contingenciamento. Além disso, espera-se uma desaceleração na inflação medida pelo IPCA-15 de julho, devido à deflação nos preços dos alimentos e à moderação nos bens industriais.
Nos Estados Unidos, o destaque será o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, com expectativa de alta de 1,9%, impulsionada pelo consumo das famílias. Além disso, o deflator do PCI de junho, que mede a inflação do consumo das famílias, deve apresentar uma alta de 0,1%, mas com uma queda anual de 2,6% para 2,5%.
Canadá e a Política de Juros
No Canadá, a definição da taxa de juros também merece atenção. Após quatro meses de moderação na inflação, o Banco do Canadá realizou um corte de 25 pontos-base, seguido por dois aumentos consideráveis na inflação. Para a próxima reunião, é amplamente esperado mais um corte de 25 pontos-base.
Conclusão
A decisão de Biden de desistir da reeleição traz novas dinâmicas para a política americana, especialmente com a possível candidatura de Kamala Harris. Enquanto isso, a perspectiva de vitória de Trump nas próximas eleições e os indicadores econômicos mais fortes estão moldando as expectativas dos mercados. Globalmente, a inflação e as políticas de juros continuam sendo fatores cruciais, com impactos significativos na Europa e no Canadá. No Brasil, a antecipação de medidas econômicas pelo governo tem gerado reações mistas dos investidores. A próxima semana promete agitação, com a divulgação de importantes dados econômicos e o destaque das decisões políticas.
Encerramos o Mercados em Foco edição 22/07/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.