Mercados em Foco edição 11/07/2024

No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. Nos últimos dias, uma série de eventos significativos influenciou os mercados financeiros. Entre eles, destacam-se o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, as dinâmicas eleitorais americanas e a divulgação de indicadores econômicos no Brasil. Neste post, vamos explorar esses tópicos e suas implicações para os mercados e a economia. Mercados em Foco edição 11/07/2024.

Discurso de Powell na Câmara dos Representantes

O discurso de Powell na Câmara dos Representantes dos EUA seguiu de perto o tom adotado em sua recente apresentação no Senado. Ele reiterou que o Fed baseia suas decisões em dados econômicos, ou seja, afastando qualquer influência política, especialmente em um ano eleitoral. Powell destacou que, em suas reuniões com o presidente Joe Biden, não observou sinais de queda cognitiva que pudessem afetar as decisões políticas.

No entanto, a pressão sobre Biden dentro do próprio partido é crescente. Algumas figuras importantes dos democratas e arrecadadores de fundos manifestaram-se contra a reeleição do presidente, um tema que promete esquentar à medida que o prazo para a definição dos candidatos se aproxima, com agosto já no horizonte. A incerteza sobre a transição de liderança adiciona volatilidade ao cenário político.

Apesar dessas tensões, o mercado financeiro americano continua em um clima de otimismo. O discurso moderado de Powell e expectativas positivas para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) contribuíram para novos recordes de fechamento no S&P 500 e Nasdaq, enquanto os rendimentos dos Treasuries caíram.

Atualizações Econômicas no Brasil

No Brasil, dois eventos econômicos ganharam destaque recentemente. O primeiro foi a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, que registrou uma alta de 0,21%, bem abaixo do esperado. Com isso, o acumulado em 12 meses subiu para mais de 4%, após atingir a mínima do ano em abril.

A principal surpresa veio do grupo de alimentos, que se recuperou rapidamente das enchentes no Rio Grande do Sul, contribuindo para uma desaceleração inflacionária. Os núcleos de inflação também indicaram um cenário desinflacionário robusto no curto prazo, com desaceleração em todas as medidas subjacentes. No entanto, o desafio permanece nas expectativas futuras de inflação, influenciadas por um mercado de trabalho aquecido, riscos fiscais e a desvalorização da moeda.

Essa leitura benigna do IPCA ajudou a reduzir as expectativas de alta de juros ainda este ano, mantendo a taxa Selic em 10,5% até o final do ano. A grande questão agora é se haverá espaço para cortes de juros em 2025 e, se houver, quando isso ocorrerá.

Impactos nos Mercados

Os mercados financeiros reagiram positivamente ao IPCA de junho, mas essa euforia inicial perdeu força ao longo do dia, com os índices fechando próximos da estabilidade. Apenas os títulos de dívida (DEIs) mostraram maior empolgação. A incerteza fiscal continua a pesar sobre o mercado, com discussões sobre a reforma tributária e o projeto de dívidas dos estados ainda em andamento.

A aprovação do primeiro texto-base da reforma tributária na Câmara dos Deputados, com uma votação de 336 a 142, foi um passo importante. O texto prevê a avaliação das alíquotas do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) a cada cinco anos, com ajustes necessários para manter a alíquota abaixo de 26,5%. Além disso, a inclusão de carnes na cesta básica, isentas de impostos, foi uma concessão significativa. A votação do segundo projeto está marcada para 12 de agosto, e o mercado aguardará ansiosamente por novos desdobramentos.

Expectativas para o CPI dos EUA e Comércio no Brasil

Hoje, a atenção dos mercados se volta para a divulgação do CPI de junho nos Estados Unidos. A expectativa é de pressão inflacionária, especialmente nos núcleos, mas o mercado parece estar relativamente confortável com as projeções. No Brasil, os dados do comércio de maio, impactados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, são aguardados com expectativa de queda tanto no comércio restrito quanto no ampliado.

Considerações

Em resumo, os próximos dias prometem ser movimentados, com decisões políticas e econômicas que podem influenciar significativamente os mercados. A postura do Fed, a dinâmica eleitoral nos EUA e os indicadores econômicos no Brasil são fatores-chave a serem monitorados de perto. A incerteza ainda predomina, mas há sinais de otimismo cauteloso tanto nos mercados americanos quanto brasileiros.

Encerramos o Mercados em Foco edição 11/07/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.

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