Mercados em Foco edição 04/07/2024

No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. No cenário econômico global, a interconexão entre os mercados financeiros é inevitável. Recentemente, os ativos brasileiros conseguiram aproveitar uma onda positiva vinda do exterior, beneficiando-se de diversos fatores que aliviaram os riscos globais. Este artigo explora como esse movimento influenciou o mercado brasileiro, incluindo a valorização do real, o impacto das decisões do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos e os desenvolvimentos políticos na França e nos EUA. Mercados em Foco edição 04/07/2024.

Valorização do Real

Na recente sessão, o real brasileiro valorizou mais de 2%, alcançando a cotação de 5,55 reais por dólar. Esta valorização foi impulsionada por um contexto internacional favorável, onde diversos fatores contribuíram para uma diminuição dos riscos percebidos pelos investidores. A expectativa é que o real possa continuar a se valorizar no curto prazo, dependendo da continuidade desses fatores positivos.

Desempenho do S&P 500 e a Política Monetária dos EUA

O índice S&P 500 atingiu um novo recorde histórico, impulsionado pela queda dos juros nos Estados Unidos. Dados econômicos mais fracos do que o esperado sugerem que o Fed pode começar a cortar as taxas de juros ainda este ano, com setembro emergindo como uma possível data para o início desses cortes. A contração do setor de serviços dos EUA, o aumento moderado das folhas de pagamento do setor privado e a nona semana consecutiva de aumento nos pedidos contínuos de auxílio-desemprego indicam uma atividade econômica mais fraca. Paradoxalmente, isso é visto de forma positiva pelos mercados, pois sugere uma política monetária mais frouxa.

Ata do Fed e Perspectivas de Política Monetária

A ata da última reunião do Fed, divulgada recentemente, mostrou um comitê mais inclinado a afrouxar a política monetária, em comparação com os documentos divulgados no dia da decisão. Além disso, a maioria dos diretores do Fed vê o crescimento econômico arrefecendo gradualmente, com um modesto progresso na inflação em direção à meta. Por conseguinte, a possibilidade de dois cortes nas taxas de juros ainda este ano não foi descartada, o que reforça as expectativas de um ambiente de juros mais baixos.

Cenário Político Internacional

França

Na França, as pesquisas eleitorais indicam que a extrema-direita não conseguirá uma maioria absoluta nas próximas eleições. Embora isso reduza o risco de um governo extremista, a falta de uma maioria clara no parlamento pode levar a um período de instabilidade política.

Estados Unidos

Nos EUA, a pressão sobre o presidente Joe Biden para abandonar a corrida presidencial aumentou. Um artigo no New York Times sugeriu que ele teria admitido a um aliado importante que poderia desistir se não conseguisse reverter a opinião pública. Embora a Casa Branca e a campanha democrata tenham negado rapidamente essa informação, a especulação continua.

Contexto Nacional: Política Econômica e Fiscal

No Brasil, a moderação do dólar também foi influenciada por sinais de moderação nas despesas públicas e pelo tom mais responsável do governo em relação à política fiscal. O presidente Lula afirmou que a responsabilidade fiscal é um compromisso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou essa mensagem após uma reunião com o presidente. Haddad prometeu preservar o arcabouço fiscal a todo custo, mencionando contingenciamento e bloqueio de despesas. Ele destacou ainda a intenção de cortar 26 bilhões de reais em despesas para 2025.

Expectativas para o Mercado

Espera-se que o mercado brasileiro continue melhorando, embora ainda aguardem detalhes adicionais sobre as medidas fiscais. A coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados para apresentar parte do texto da reforma tributária, marcada para as 10h de hoje, pode trazer mais clareza. A votação da reforma está prevista para quarta ou quinta-feira da próxima semana.

Cenário Político no Reino Unido

No Reino Unido, as eleições gerais decidirão qual partido formará o próximo governo. As urnas ficam abertas até às 22h no horário local (18h no Brasil), e as pesquisas de boca de urna darão uma indicação preliminar dos resultados. A expectativa é que os trabalhistas obtenham cerca de 40% dos votos, contra 20% dos conservadores, embora ainda precisem negociar para formar uma coalizão devido à ausência de uma maioria absoluta.

Considerações

Em resumo, o recente alívio nos riscos globais teve um impacto positivo significativo nos ativos brasileiros, incluindo a valorização do real. A expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Fed, juntamente com desenvolvimentos políticos na França e nos EUA, criou um ambiente favorável para os mercados. Além disso, no Brasil, a sinalização de uma política fiscal responsável pelo governo Lula também contribuiu para a confiança do mercado. Resta acompanhar os próximos desdobramentos, especialmente em relação à reforma tributária e às decisões fiscais do governo, para entender como o mercado brasileiro continuará a reagir.

Encerramos o Mercados em Foco edição 04/07/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.

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