Mercados em Foco edição 01/07/2024

No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. Esta primeira semana pode até ser um pouco menos movimentada em termos de dados, mas o noticiário político continuará a comandar os mercados, tanto internacionalmente quanto aqui no Brasil. Começando pela primeira rodada de eleições parlamentares que tivemos na França no último final de semana. Mercados em Foco edição 01/07/2024.

Eleições na França

Diferente do Brasil, na França podem ocorrer dois turnos para definir os membros da Assembleia Nacional, que é uma espécie de Câmara dos Deputados. Por isso, os resultados não são tão fáceis de interpretar de imediato, pois só ficamos sabendo os candidatos qualificados para a segunda rodada. O fato é que os partidos mais extremistas abalaram a aliança centrista do atual presidente, Emmanuel Macron.

Primeira Rodada

A extrema-direita ficou em primeiro lugar com 34%, de acordo com as prévias das pesquisas, enquanto a extrema-esquerda alcançou 29%, ficando em segundo lugar. O segundo turno está marcado para o próximo final de semana, dia 7 de julho. Algumas implicações para o mercado:

  • Comparecimento Recorde: O comparecimento dos eleitores foi recorde, tornando o resultado dessa eleição ainda mais significativo.
  • Incerteza Elevada: O número de regiões com mais de dois candidatos para o segundo turno foi grande, aumentando a incerteza do resultado final.
  • Viés Anti-Euro: Esses partidos à frente geralmente possuem um viés mais anti-euro, embora desta vez essa retórica tenha sido mais limitada.

Implicações para a Europa

A grande questão é se teremos uma implicação maior dessas eleições no restante da Europa. Isso é algo que será respondido nos próximos dias.

Eleição no Reino Unido

Ainda esta semana, na quinta-feira, haverá uma eleição geral no Reino Unido. Esta eleição possui menos mistério, pois os conservadores do primeiro-ministro Rishi Sunak devem perder de forma significativa. A cadeira do primeiro-ministro pode mudar, e o mercado tem até visto com bons olhos a possibilidade de uma maioria mais clara, o que pode significar uma maior estabilidade do governo eleito, caso os trabalhistas assumam o poder.

Movimentações no Brasil

No Brasil, o presidente Lula tem estado muito mais ativo recentemente nas suas entrevistas, contrastando com sua postura no ano passado. Ele tem ocupado mais espaço no debate público e se comunicado diretamente com o eleitorado. Apesar de questionar a necessidade de cortes de gastos e criticar a política monetária, Lula tem causado um impacto notável nos mercados.

Retórica vs. Ação

A dúvida dos analistas é quanto disso ficará apenas no campo da retórica, já que é um ano de eleição. Em várias eleições recentes, tanto no Brasil quanto no mundo, distanciar-se do centro tem gerado frutos políticos. Os mais esperançosos acreditam que Lula está preparando o terreno para algum aperto fiscal no futuro, mesmo que moderado.

Decreto de Meta Contínua de Inflação

Um exemplo de diferença entre discurso e ação foi o decreto de meta contínua de inflação, que foi bem recebido. Em 22 de julho, sai o próximo relatório bimestral de receitas e despesas do governo, sendo crucial que o governo não ignore a necessidade de contingenciamento de despesas, especialmente devido às pressões nos gastos com previdência e benefícios assistenciais.

Mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal

Na sexta-feira, surgiu a notícia de que a Fazenda está estudando mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal para reduzir os gastos com saúde. A ideia é manter o percentual de 15% sobre a receita corrente líquida, mas excluir receitas não recorrentes do cálculo, reduzindo, na prática, os gastos mínimos com saúde.

Impacto no Dólar

A valorização do dólar continua, impulsionada pela expectativa de uma postura fiscal mais comprometida com o ajuste.

Dados Econômicos

Falando de dados econômicos, o maior destaque da semana são os números do mercado de trabalho americano. A dúvida é se o emprego por lá vai arrefecer. O desemprego chegou a 4%, seu maior nível desde fevereiro de 2022, mas a criação de vagas e os salários seguem fortes. Não se espera que os números desta semana mudem significativamente esse panorama.

Produção Industrial no Brasil

No Brasil, o governo divulgará a produção industrial de maio, que já sofreu o impacto das paralisações causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Isso permitirá avaliar melhor quanto esses eventos afetaram a atividade econômica no segundo trimestre.

Considerações

Em resumo, a semana será marcada por eventos políticos significativos que continuarão a influenciar os mercados. As eleições na França e no Reino Unido, assim como as movimentações políticas no Brasil, são os principais pontos de atenção. Além disso, dados econômicos relevantes, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, serão monitorados de perto pelos investidores.

Os mercados seguirão atentos a cada detalhe, buscando entender como esses fatores políticos e econômicos irão moldar o cenário futuro.

Encerramos o Mercados em Foco edição 01/07/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.

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