No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. A semana começou com fortes movimentos nos mercados financeiros, destacando a relevância de dois grandes temas recorrentes nas últimas análises: a força do mercado de ações americano e as incertezas fiscais no Brasil. Vamos explorar detalhadamente esses eventos e suas implicações para os ativos financeiros. Mercados em Foco edição 18/06/2024.
Recorde na Bolsa Americana e Impacto dos Investidores de Varejo
Fluxo de Dinheiro dos Investidores de Varejo
A Bolsa Americana, representada pelo S&P 500, atingiu seu trigésimo recorde de alta do ano. Um fator contribuinte foi o fluxo significativo de dinheiro de investidores de varejo. Embora o movimento de investidores individuais possa parecer positivo à primeira vista, ele levanta algumas preocupações. Tradicionalmente, a entrada maciça de investidores de varejo em picos de mercado é vista como um sinal de alerta. Esses investidores muitas vezes seguem o fluxo sem considerar fundamentos ou avaliações esticadas, o que pode inflar ainda mais os preços.
Baixo Volume de Negociação
Outro ponto relevante é o feriado no meio da semana nos Estados Unidos, que resultou em volumes de negociação mais baixos. Em períodos de baixo volume, qualquer ordem de compra ou venda pode causar movimentos significativos nos preços, como foi observado recentemente.
Dados Econômicos Americanos
Os dados de varejo dos EUA, divulgados às 9h30 da manhã, devem reforçar a percepção de uma economia robusta. Um varejo forte sugere uma continuidade no crescimento econômico, sustentando a visão positiva sobre o país.
Incertezas Fiscais no Brasil
Revisão de Despesas e Renúncias Fiscais
No Brasil, os ministros Haddad e Tebet têm se concentrado em cortes de despesas e renúncias fiscais. Embora tenham apresentado suas propostas ao presidente, algumas contradições e uma aparente falta de urgência do governo mantêm os traders cautelosos, resultando em um prêmio de risco nos ativos brasileiros.
Revisão Pontual vs. Revisão Abrangente
A revisão de despesas atual foca em linhas pontuais, com uma revisão mais abrangente possivelmente adiada para o próximo ano. Além disso, o ministro Padilha negou qualquer debate sobre mudanças no arcabouço fiscal, o que poderia ser crucial para aumentar a credibilidade das políticas fiscais.
Pressões do Partido dos Trabalhadores
O Partido dos Trabalhadores divulgou uma nota contra mudanças nos pisos de gastos constitucionais com saúde e educação. Essa resistência complica ainda mais a implementação de cortes significativos nas despesas.
Posição Comprada em Dólar
Em meio a esse cenário, investidores estrangeiros têm aumentado suas posições net compradas em dólar contra o real, atingindo níveis recordes dos últimos 10 anos. Isso reflete a percepção de risco elevado em relação aos ativos brasileiros.
Fatores Determinantes para os Movimentos dos Ativos
Reunião do Copom
No curtíssimo prazo, a reunião do Copom na quarta-feira é crucial. O Boletim Focus trouxe uma piora nas projeções de inflação para 2024 e 2025, ou seja, com o IPCA para 2024 próximo de 4% e para 2025 em 3,8%. Não há espaço para uma decisão diferente de manter a Selic em 10,5%.
Importância da Decisão Unânime
O mais importante para os mercados será a unanimidade na decisão dos diretores do Copom, especialmente daqueles que continuarão no comitê pós-Roberto Campos Neto. Assim sendo, qualquer dissidência pode gerar estresse nos mercados, com impacto no dólar, na curva de juros e na bolsa.
Agenda de Revisão de Gastos
Outro fator de curto prazo é a magnitude e a credibilidade da nova agenda de revisão de gastos. Algo concreto e significativo precisa ser implementado para que haja impacto no orçamento e para que o presidente consiga coordenar com o restante do governo, que parece ser contra.
Perspectivas para o Segundo Semestre e 2025
Para o segundo semestre e 2025, é importante considerar que o cenário global deve trabalhar com juros menores. Isso pode trazer alívio para algumas pressões, mas também exige uma política fiscal sólida para evitar desequilíbrios.
Considerações
A semana começou com fortes movimentos nos mercados, impulsionados por fatores tanto internos quanto externos. Nos EUA, o recorde de alta do S&P 500 e o fluxo de investidores de varejo destacam uma economia forte, mas com sinais de alerta. No Brasil, as incertezas fiscais e a necessidade de uma política fiscal mais robusta continuam a pressionar os ativos. A reunião do Copom e a revisão de gastos são eventos críticos a serem acompanhados no curto prazo, enquanto a perspectiva de juros globais mais baixos pode influenciar os mercados no médio e longo prazo.
Encerramos o Mercados em Foco edição 18/06/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.