Mercados em Foco edição 03/06/2024

No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. Maio foi um mês que deixou um gostinho de quero mais no mercado financeiro. De renda fixa à variável, passando pelo dólar fraco e pela valorização das commodities, vimos um viés positivo que trouxe um otimismo generalizado. No entanto, já sentimos uma certa deterioração nesse sentimento nos últimos dias, o que nos faz começar junho com um “mix de feelings”, como diriam nossos amigos da Faria Lima. Mercados em Foco Edição 03/06/2024.

Três testes para o Bom Humor Externo

Essa semana, o mercado internacional passa por três testes importantes que podem definir o humor dos investidores:

  1. Banco Central Europeu e os cortes de juros
    • O Banco Central Europeu (BCE) está prestes a dar o pontapé inicial nos cortes de juros, com uma redução de 25 pontos base amplamente esperada. Mais do que a decisão em si, o foco estará na orientação futura que o BCE dará. Com a próxima decisão marcada apenas para 18 de julho, é provável que eles destaquem a dependência dos dados econômicos até lá.
    • Christine Lagarde, presidente do BCE, terá o desafio de conter qualquer empolgação exagerada dos analistas, já que a prudência continua sendo necessária.
  2. Dados do mercado de trabalho americano
    • A semana traz uma sequência de dados sobre o mercado de trabalho dos EUA, culminando no relatório de emprego (payroll) na sexta-feira. Sinais de resfriamento têm aparecido, com um ligeiro aumento na taxa de desemprego e um ritmo mais lento na criação de vagas. Espera-se que esses indicadores continuem apontando para um arrefecimento gradual do mercado de trabalho, o que pode influenciar as decisões futuras do Federal Reserve.
  3. Números finais dos PMI’s globais
    • Maio trouxe algumas histórias interessantes sobre os índices de gerentes de compras (PMI), com uma melhora nas condições da manufatura e uma desaceleração nos serviços, especialmente no Reino Unido e na França. Esse quadro de uma atividade global ainda positiva, mas com mudanças setoriais, será testado pelos números finais dos PMI’s ao redor do mundo.

A agenda econômica no Brasil

No cenário doméstico, a agenda se concentra na atividade econômica, com destaque para os seguintes pontos:

  1. PIB do primeiro trimestre
    • Amanhã de manhã será divulgado o PIB do primeiro trimestre, com expectativa de um crescimento de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado, correspondendo a um avanço de 0,6% sobre o quarto trimestre de 2023. Se confirmado, esse resultado interromperia a tendência de estagnação vista na segunda metade do ano passado.
  2. Produção industrial
    • Na quarta-feira, o IBGE divulga os indicadores de atividade do segundo trimestre, começando pela produção industrial. Espera-se um aumento de 0,5% em relação a março, o que representaria uma alta de aproximadamente 10% em comparação a abril de 2023. O maior número de dias úteis em abril deste ano explica esse crescimento expressivo.

Brasília e a articulação política

Além da economia, a política também ganha destaque esta semana:

  • Reestruturação na articulação do Executivo no Legislativo
    • O governo deve iniciar uma reestruturação na articulação política após uma sequência de derrotas no Congresso e queda na aprovação do presidente. As reuniões semanais com os articuladores devem ser retomadas, e o núcleo de coordenação política será recriado, liderado diretamente pelo presidente Lula.
    • A Fazenda e a Casa Civil ainda não definiram como compensar a desoneração da folha de pagamentos para este ano. Uma das alternativas mencionadas é a restrição do uso do crédito presumido do PIS/COFINS, que beneficia principalmente grandes empresas.

Considerações

Maio foi um mês de bons ventos no mercado, mas junho começa com desafios e incertezas. A atenção está voltada para as decisões dos bancos centrais, os indicadores econômicos globais e a política interna. O segredo para navegar por esse mix de sentimentos será acompanhar de perto as evoluções e ajustar as expectativas de acordo com os novos dados que surgirem. Vamos torcer para que o otimismo possa prevalecer!

Em suma, junho começa com um cenário complexo, onde o otimismo de maio é testado por novas incertezas. A chave será a capacidade de adaptação e a leitura precisa dos sinais econômicos e políticos. Acompanhar as decisões dos bancos centrais, a evolução dos indicadores de emprego e atividade, e as movimentações políticas será essencial para navegar com sucesso pelos desafios e oportunidades que o mês promete trazer.

Encerramos o Mercados em Foco edição 03/06/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.

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