No “Mercados em Foco” de hoje, trazemos um resumo das últimas notícias e insights que impactaram os mercados globais e brasileiro. A semana começou com um empate de 0x0 em todas as classes de ativos, refletindo a falta de movimentação na agenda de dados. Este cenário pode ser ilustrado pelo VIX, o índice que mede a expectativa de volatilidade da bolsa americana, que está nas mínimas desde 2019, antes da pandemia. Este fenômeno pode ser interpretado de duas formas: um otimismo que prevaleceu ao longo de maio ou uma preocupação pela dificuldade de manter-se nas mínimas em um mundo longe de estar tranquilo. Mercados em Foco Edição 21/05/2024.
Baixa Volatilidade em Outros Mercados
Essa falta de volatilidade não se restringe apenas ao VIX. O preço do petróleo, por exemplo, tem oscilado dentro de um intervalo estreito, levando sua volatilidade aos níveis mais baixos em cinco anos. Relatórios indicam que os mercados físicos de petróleo estão bem abastecidos e a demanda por combustível está abaixo das expectativas. No entanto, com a aproximação da temporada de viagens nos EUA, conhecida como driving season, espera-se um aumento no uso de veículos, o que pode influenciar a demanda. Além disso, a próxima reunião da OPEP, marcada para junho, pode estender os cortes de oferta.
Dessa forma, as forças de demanda e oferta têm equilibrado o mercado, resultando em preços estáveis e baixa volatilidade.
Expectativas para o Mercado Americano
Voltando à bolsa americana, um possível teste para essa baixa volatilidade será o resultado da NVIDIA, esperado para o final do dia de amanhã, quarta-feira. Analistas têm altas expectativas para as ações da empresa, que estão próximas de níveis recordes e têm sido um dos principais motores da valorização do S&P 500 neste ano. Recentemente, as concorrentes globais da NVIDIA viram suas ações caírem após a divulgação dos resultados, devido a previsões futuras menos otimistas, principalmente por limitações na cadeia de suprimentos de chips de memória. Vamos acompanhar de perto.
Expectativas para o Brasil
No Brasil, as expectativas de inflação pioraram na pesquisa Focus do Banco Central, divulgada ontem de manhã. Este movimento pode indicar a manutenção da taxa SELIC nos 10,5% atuais, interrompendo o ciclo de cortes. Estrategicamente, é importante que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha uma comunicação prudente, especialmente dos membros que votaram pelo corte de 50 pontos-base.
Os analistas elevaram a previsão da SELIC para o final de 2024 para 10%, mas a mantiveram em 9% para o final de 2025. Essa manutenção sugere que as motivações do Copom podem mudar no próximo ano. Seria interessante para o comitê focar em aumentar a previsão da SELIC para 2025, ajudando a reduzir a inflação projetada para aquele ano. Além disso, considerando o peso do ciclo político nas decisões futuras, especialmente com as eleições de 2026 no horizonte, é crucial que a expectativa de inflação esteja controlada para possibilitar cortes mais agressivos nos juros no próximo ano. Em outras palavras, é melhor adotar uma postura rígida agora para ser mais flexível no futuro.
Impactos no PIB e Inflação
Outro ponto relevante da pesquisa Focus foi a revisão negativa do PIB projetado para este ano, após uma série de revisões positivas. Essa queda é provavelmente uma resposta às enchentes no sul do país. A inflação para este ano também foi revisada para cima, de acordo com o Boletim Focus, devido a um aumento nos preços dos alimentos, influenciados pelas coletas piores no Rio Grande do Sul, e pela alta dos combustíveis observada nos dados da ANP. Vale lembrar que o preço internacional da gasolina continua cerca de 10% mais alto, mas não é considerado um repasse imediato pela Petrobras.
Em resumo, o marasmo atual nos dados dos mercados reflete um equilíbrio delicado entre várias forças, com expectativas ajustadas de acordo com eventos globais e locais. Continuaremos acompanhando os desdobramentos e suas implicações.
Encerramos o Mercados em Foco edição 21/05/2024. Desejando a todos um bom dia e bons negócios.